Descobrindo as belezas naturais (como cavernas) e as lindas praias de Varadeiro, em Cuba

Maravilhosa praia de Varadero

Olá, meu nome é Carol, conforme meu namorado me apresentou: a “fascinada” por Che Guevara, Ernest Hemingway e Gabriel García Márquez. Além de minhas fascinações, outro motivo que nos fez decidir a escolher Cuba para passar as férias – talvez o mais atrativo para muitos – foi a extrema beleza das praias caribenhas e outros encantos naturais. Não é possível falar das praias cubanas sem falar de Varadero.

Foto do mar em Varadero
Uma das belas praias de Varadero, em Cuba

Nós fomos para Varadero depois de uma semana em Havana e um dia em Matanzas. A viagem foi rápida de taxi a partir de Matanzas. Gastamos em torno de 40 minutos e 25 CUC. Como não havíamos reservado absolutamente nada ainda em Varadero, resolvemos arriscar: pedimos para o motorista nos deixar perto da Viazul e, de lá, seguimos com nossas bagagens batendo de porta em porta em qualquer residência com o símbolo de casa de aluguel.

Valeu a pena nos arriscarmos, pois conseguimos uma ótima casa (Casa Pátria), por um bom preço, e ainda pudemos conversar com o senhor José, o simpático marido de Dona Pátria. José fora atirador de elite durante a guerra civil de Angola e adorava conversar sobre Cuba e, o que mais nos impressionou, conversava com muita desenvoltura e profundidade sobre as questões políticas brasileiras (um dos tópicos recorrentes das nossas conversas com os cubanos, ao saberem que éramos brasileiros, junto com as novelas – na época, eles assistiam à Império – e nomes aleatórios de jogadores de futebol). Aliás, fator comum entre todos os cubanos que conhecemos durante a viagem foi o grau elevado de cultura demonstrado: desde a segurança do museu aos engenheiros e donos de Hostel, todos mostravam uma formação crítica e cultural muito alta (pelo menos em comparação à realidade brasileira).

Ficamos em um quarto com cozinha e banheiro, próximo à praia, bem no centro de Varadero e longe dos resorts.

Varadero se destacou certamente por ser um dos principais polos turísticos de Cuba, pelas construções mais modernas, bares e restaurantes mais badalados. Um deles era o bar “Beatles”, nomeado em homenagem aos quatro de Liverpool e que ostenta, bem na entrada, uma estátua em tamanho real dos integrantes da banda. No bar, ouvimos uma banda cover de rock, todas as músicas cantadas em inglês perfeito, por vocalistas completamente ‘posers’, e vimos vários gringos se acabando de dançar e cantar as mesmas músicas que cantamos e dançamos em qualquer balada de rock em Sampa. Esse cenário de consumo de cultura norte-americana me decepcionou um pouco. O bar era muito legal, principalmente pelo seu espaço, mas nada – tirando a ótima cerveja Bucaneira (forte), lembrava que estávamos em Cuba.

Os Beatles no bar "Beatles"
Estátuas dos Beatles no bar “The Beatles” em Varadero

Nós tentamos ir ao Havana Clube em Varadero, bar que ficava na ex-fábrica de rum, porém estava fechado. Outra atração que estava fechada por falta de dinheiro para a manutenção era o Museu de Varadero. Uma antiga casa construída no século XVIII por uma das famílias que fundaram a cidade, com uma varanda que acompanhava a casa de fora a fora, com uma bela vista para o mar.

A casa, apesar do péssimo estado de conservação, era um indício claro de como era a vida da elite cubana antes da Revolução. Muitos dos objetos da família, como um imponente retrato de uma menina, vestida finamente nos padrões da época, parecia nos seguir com seus olhos e retratava o luxo e a riqueza de então. Como pudemos ver também no museu de decoração em Havana, montado apenas com objetos e artigos de luxo deixados para trás durante a fuga da elite após a revolução. Esses objetos marcam, claramente, a diferença social do período anterior à revolução, quando à população cubana mais pobre era negado o acesso às suas próprias praias. Só após a revolução é que o povo pôde ir à praia.

Vista da casa/museu municipal de Varadero
Parte de trás do Museu de Varadero

O museu de Varadero foi um contraste com os demais museus que visitamos. Foi o único que estava abandonado e prestes a fechar. Talvez pela falta de visitação, já que os turistas preferem lotar os resorts quantas estrelas houver a vivenciar a realidade do país.

Nós tentamos aproveitar os dois lados da viagem: as belas praias e a realidade cubana. Ambas me encantaram.

Em Varadero, as praias são verdadeiros cenários de filme: águas transparentes e de temperatura agradável, pôr do sol de tirar o fôlego e areias branquinhas.

Umas das cenas mais legais que presenciamos na praia foi uma família cubana praticando pesca com arpão. Percebemos que aqueles belos peixes eram depois vendidos para os restaurantes locais…Nossa comida era realmente fresca.

Essa integração entre turistas e cubanos se dava mais nas praias dentro da cidade. Nas praias dos resorts, não havia muito a presença dos moradores locais – além dos trabalhadores, claro. Outra decepção foi exatamente nossa ida aos resorts. Decidimos pegar o ônibus turístico que cortava Varadero de ponta a ponta para visitarmos a Gruta Ambrosio e as praias do lado oeste. Fomos até o final do percurso e descemos na última parada. Lá tentamos entrar em um dos resorts que beiravam à praia, contudo, fomos barrados: apenas os hóspedes podiam ter acesso à praia. Tentamos argumentar com o segurança, mas, educadamente, ele não permitiu nossa entrada.

Não desistimos. Andamos um pouco mais e entramos em um outro resort, mais aberto e sem seguranças ou portões fechados nas entradas. Nesse, ninguém barrou a entrada dos branquelos (no meu caso, já mais pra vermelho camarão). A sensação, ao pisar na praia, foi de entrar em uma cena de Hollywood: além da beleza da água, havia toda uma infraestrutura da camas cobertas por véus brancos, mesas e barracas ao seu redor e à disposição.

Ficamos à tarde aproveitando a praia, depois pegamos o ônibus de volta para visitarmos a gruta. A gruta Ambrosio foi, para mim, um dos pontos mais altos da viagem (perdendo apenas para Santa Clara). Ao chegarmos, um simpático guia nos mostrou a caverna que, além de várias espécies de morcegos, abrigava também uma bela serpente verde (cuja distância fiz questão de manter) e muita história.

Cobra dentro da caverna
Serpente passeando pela gruta Ambrosio

A gruta servira de templo aos índios e contém várias pinturas, algumas delas encontradas também nos símbolos do calendário Maia. Junto às pinturas com influências maias, uma outra figura mais recente chama atenção: a representação de um negro, lado a lado com as pinturas indígenas. Esse desenho é indício, segundo nosso guia, de que a gruta fora usada pelos negros fugitivos durante o período da escravidão.

Luz do sol entrando pelo teto da caverna
Fenda no teto da gruta Ambrosio

Em adição aos encantos culturais, a gruta reserva belezas naturais encantadoras, como o jogo de luzes no chão que parecem pequenas fogueiras a distância e estalactites milenares.

Estalactite na caverna Ambrosio
Estalactite na gruta Ambrosio

Nossa visita a Ambrosio só nos fez perceber que precisaríamos de muito mais tempo para ver todos os encantos desse país com natureza tão rica e preservada.

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