Como é chegar em Cuba-Havana. Aeroporto, Telefone, taxi, transporte público coletivo (ônibus comum) e GPS

Arco-Íris e carro antigo em Havana

As primeiras impressões de Cuba foram como nós já esperávamos. Povo educado, tranquilidade, coisas antigas e vida humilde são traços marcados.

Foto tirada de dentro de coletivo Cubano com imagem contra o bloqueio econômico
Foto tirada de dentro de coletivo em Havana, com a imagem de Cuba combatendo o bloqueio econômico imposto pelos Estados Unidos

Logo que chegamos em Havana, como tenho vários tipos de alergia, logo que desci do avião, a primeira coisa que me chamou atenção foi o cheiro de coisa antiga que tinha no aeroporto. Pensei que fosse sofrer com a rinite, mas, por sorte, não aconteceu. Apresentamos o passaporte e, na minha vez, assim como quando fui pedir o visto, foi bastante rápido. A moça só me perguntou se eu tinha visitado a África recentemente, falei que não e rapidamente fui liberado. Na saída do aeroporto, trocamos 300 euros por CUC (moeda mais usada). No aeroporto já descobrimos que é difícil utilizar os telefones públicos, mesmo para ligações locais. Não foi possível utilizar os telefones públicos ou o celular para ligarmos ao local da hospedagem nem ao pessoal no Brasil e avisar que tínhamos chegado. Felizmente, conseguimos mandar e receber SMS. O SMS salva nas emergências, pois, em modo roaming, em qualquer estado ou país, mesmo sem digitar nenhum código de operadora ou DDD, DDI, eles acabam chegando, mas, depois de olhar a conta do telefone, descobrimos que a melhor opção para comunicação internacional a partir de cuba é realmente comprar um cartão de internet e utilizar programas como o whatsapp.  Planejamos contratar seguro de saúde logo no aeroporto, pois, tínhamos visto que era mais barato do que contratar antes. Como chegamos tarde, acabamos nem contratando nenhum plano de saúde e permanecemos sem o seguro durante toda a viagem, só confiando que o sistema de saúde cubano não nos decepcionaria. Ainda no aeroporto, também descobrimos que a melhor forma de fazer ligações dentro de cuba, é pedindo para utilizar o celular ou telefone residencial de algum cubano. No aeroporto tinha um balcão de informações e lá encontramos um cara com um crachá de uma empresa de táxi. Ele ligou do próprio celular para onde tínhamos feito a reserva na casa de família e avisou que estávamos indo para lá. Assim que avisamos os donos da casa, fomos com as malas ao taxi e tive uma das horas de maior medo, apesar de não ter demonstrado muito. O táxi era um carro normal, parecido com um Verona, que, certamente não era um taxi oficial. Antes de ir eu tinha lido na internet para evitar taxis não oficiais. Era tarde da noite, tínhamos acabado de chegar, estávamos ainda com todo o dinheiro e estávamos entrando em um carro de uma pessoa que tínhamos acabado de conhecer e que nem taxista real era. Ainda sem saber que este seria um meio de transporte que utilizaríamos bastante, questionei o dono do “taxi” que percebeu meu medo e desconfiança. Ele deu explicações que pareceram sinceras e me convenceram a entrar, mas, atento aos mínimos detalhes. Outras coisas que me convenceram a entrar no carro foi lembrar da normalidade da funcionária do aeroporto ao nos indicar o taxista e nos ver sair com ele em direção à hospedagem e a total despreocupação de minha namorada, que já estava até proseando com o “taxista” para desenferrujar o espanhol, o que me fez refletir sobre a possibilidade de eu estar me preocupando demais. Felizmente ela estava certa e comecei a confirmar que Cuba realmente é um país bastante seguro. Pagamos 10 CUC ao “taxista”. Isso foi bem mais barato que pagaríamos em um taxi oficial e tudo transcorreu normalmente. Para meu alívio, pois, a porcentagem de desconfiança de que seríamos assaltados me perturbava muito e já tinha me feito arquitetar em poucos minutos diversas saídas para diversos tipos de abordagens. Chegamos na hospedagem que tínhamos reservado pela internet e se chamava “El lírio”. Era uma casa de família, bastante antiga, mas, muito aconchegante e dormimos com muita facilidade. Já na entrada, nos chamou atenção as lindas plantas e um pé de pitanga quase carregado. No desayuno (café da manhã) o casal que aparentava estar na faixa dos 50 anos nos serviu ovo frito com gema mole, pão, manteiga, geleia, leite e café e respondeu minhas variadas perguntas sobre como é viver em Cuba. Eles tinham uma filha que morava em Las Vegas e lhes enviava dinheiro. Gozavam de aparente conforto, com cozinha cheia de eletrodomésticos, geladeira em aço escovado daquelas duplas e grandes, das mais caras que vemos nas lojas no Brasil e TV grande de tela plana, ao lado de um quadro com a foto da filha em pose de modelo. Certamente era um padrão um pouco mais elevado que a grande maioria da população. A mulher, bem menos simpática e certamente mais materialista que o marido, parecia não gostar tanto de morar em Cuba, apesar de elogiar a segurança e dizer: “o bom daqui é a tranquilidade, mas passamos muitas dificuldades”. As principais reclamações dela me pareceram ser a precariedade da internet e o preço da comida. Já o marido, muito mais simpático e disposto a conversar, parecia gostar da vida que tinha lá e nos explicou o básico sobre a locomoção, o dinheiro cubano e outras coisas que utilizaríamos mais tarde. Logo após o café da manhã, já arrumamos nossas coisas e partimos à procura de uma hospedagem mais perto do centro, pois, como o avião chegou tarde da noite, pegamos uma hospedagem próxima ao aeroporto. O tempo era precioso para nós e rapidamente partimos em direção à nossa primeira experiência com o transporte público cubano. O preço de uma passagem do ônibus comum em cuba é extremamente baixo. Pagamos um peso cubano para os dois, o que dá uns 10 centavos de dólar, cerca de 35 centavos de real para os dois. O coletivo era bem parecido com alguns de periferia que rodam em São Paulo, mas, mais antigo e pouco mal conservado. Estava lotado, mas, apesar de cheio, o povo era muito mais civilizado que no México e se comportava de forma pouco mais educada que no Brasil. De dentro do ônibus já avistamos as primeiras frases de apoio ao governo escritas em muros. Algumas parecendo que foram feitas por alguma empresa ou pelo governo e outras feitas pelo próprio povo, em forma de pichação. Encontramos até mesmo um grafite (ou pichação, se preferir) feita por brasileiros, datada de 2014.

Grafite feito por brasileiros em Havana - Cuba
Grafite/Pichação da grife/grupo brasileiro SUBTU, dizendo “Viva Cuba” em muro de Havana – Cuba

Me chamou atenção também um passageiro adolescente Cubano ouvindo o black álbum do Metallica, em um volume pouco mais baixo que dos funkeiros nos coletivos do Brasil, mas, da mesma forma que, quem estava próximo era obrigado a ouvir.

Como estávamos com toda nossa bagagem, não foi uma viagem muito confortável no ônibus lotado. Fui acompanhando o trajeto do ônibus pelo GPS que recomendo (OsmAnd) e quando chegamos onde queríamos, fomos pedindo licença e descemos com as malas. Andar de ônibus comum em Cuba não é a forma mais agradável de se locomover por lá, mas, certamente é a mais barata.

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– Como é a Internet, telefones fixos e celulares. Meios de comunicação em cuba

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